Por Fabiana Barbosa – Psicanalista, analista junguiana, parapsicóloga, hipnoterapeuta, master practitioner em programação neurolinguística, consteladora sistêmica familiar e organizacional, mediadora de conflitos, gestora de inteligência emocional, instrutora de informações mindfulness, palestrante e consultora de treinamentos empresariais.
À medida que o tempo passa torna-se cada vez mais difícil definir termos reais e o que vem a ser normalidade.
O que é normal para uma sociedade conturbada em pleno século XXI, onde pessoas convivem com a crise mundial, onde há um aumento crescente de criminalidade, suicídios, abuso de drogas e outros indicadores de mal-estar social, sobretudo entre os jovens.
A tendência ao individualismo exacerbado, o que acarreta, conseqüentemente, uma competitividade cada vez maior, cada dia sendo constatada nos postos de trabalho e no meio universitário. Essa visão de mundo traz um isolamento e deterioração das relações sociais.
A harmonia no ambiente de trabalho é muito importante, todas as pessoas sabem que devem ser gentis e educadas com os colegas de trabalho, de escolas, de faculdades, enfim, porque na maioria dos casos, passam mais tempo com eles do que com seus familiares. Mas como manter um clima harmonioso, de gentileza, educação e lidar com conflitos no dia a dia?
A velocidade das transformações sociais se perde ao senso dos processos evolutivos desde a concepção do ser humano até a sua morte. Vivemos na época da emulação, criação de novos sistemas e parâmetros cada vez mais complexos, desenvolvimento da ciência emergente.
O ser humano nasce com capacidade para experiência e comportamento emocionais. Vivendo com os pais e irmãos de sangue, isto constitui uma das principais fontes para a aquisição das configurações emocionais logo cedo na vida.
Quando estes relacionamentos são agradáveis e compensadores, formam um bom começo para muitas emoções desejáveis. À medida que o bebê cresce, é preciso que ele sinta afeição, simpatia e amor expressos pelos outros, antes que possa haver reciprocidade. Desta forma, para que cresçam, as emoções socialmente desejáveis carecem de estimulação humana.
Conforme a criança vai crescendo, as maneiras de expressar as emoções vão se alterando. Quando parte para a adolescência há uma diferenciação emocional na criação do sentimento e atitude. O que quer que aprenda de novo, goste ou não, sentindo atração ou repulsa, os ânimos ou humores, que antes eram raramente percebidos na segunda infância, assolam muitos adolescentes. Um dia o jovem está eufórico e exuberante. No outro dia está desprovido de qualquer prazer.
A adolescência intermediária é um período de oscilação acentuada entre os ânimos polarizados. No final da adolescência as reações emocionais tornam-se mais dominadas, porém, mais maduras e adultas.
Na fase adulta em geral é obtido um aumento considerável de refinamento nas atitudes e sentimentos. A mudança é significativa nas emoções quando ocorre algo no desenredo social e emocional.
A pessoa mais idosa pode torna-se cada vez mais desinteressada e ocasionalmente até apática. Julga-se na maioria das vezes, que já teve sua oportunidade, que agora é muito tarde.
O tédio e a depressão, a irritabilidade, a descoberta de falhas alheias e as queixas sobre os problemas de saúde e experiências dolorosas surgem perceptivelmente com o avanço da idade.
A satisfação emocional é cada vez mais derivada das recordações de eventos passados e do exagero sobre as realizações transactas. (Pikunas, 1979, p. 99)
Goleman (2007, p. 66), define a Inteligência Emocional como a capacidade de controlar os impulsos, a empatia – a capacidade de identificar as emoções nos outros, sem a noção do que o outro necessita ou de seu desespero, o envolvimento é impossível; autocontrole e piedade.
O autor frisa bem a questão da empatia e a necessidade de controlar, zelar, persistir e ter a capacidade do individuo de se automotivar para obter o gerenciamento das próprias emoções.
Ocorre que muitas vezes o sujeito cria expectativas baseados em seus desejos ou objetivos, quando não são correspondidos, gera a frustração, sentimento de perda, se não souber lidar com essas situações negativas, desencadeará sentimentos de raiva, tristeza, mágoas, ressentimentos, desmotivação, etc. Gerando ineficiência, prejuízos e dificuldades de relacionamentos interpessoais.
Salovey, com seu colega John Mayer, propôs uma definição elaborada de inteligência emocional, expandindo as aptidões em cinco domínios principais: (GOLEMAN, 2007, p. 66; 67)
1. Conhecer as próprias emoções – Autoconsciência
Reconhecer um sentimento quando ele ocorre é a pedra de toque da inteligência emocional. É a capacidade de controlar sentimentos a cada momento e é fundamental para o discernimento emocional e para a autocompreensão. A incapacidade de observar nossos verdadeiros sentimentos nos deixa à mercê deles. As pessoas mais seguras acerca de seus próprios sentimentos são melhores pilotos de suas vidas, tendo uma consciência maior de como se sentem em relação a decisões pessoais, desde com quem se casar a que emprego aceitar.
2. Lidar com emoções
Lidar com os sentimentos para que sejam apropriados é uma aptidão que se desenvolve na autoconsciência. Avalia a capacidade de confortar-se, livrar-se da ansiedade, tristeza ou irritabilidade que incapacitam e as conseqüências resultantes do fracasso nessa aptidão emocional básica. As pessoas que são fracas nessa aptidão vivem constantemente lutando contra sentimentos de desespero, enquanto outras se recuperam mais rapidamente dos reveses e perturbações da vida.
3. Motivar-se
Colocar as emoções a serviço de uma meta é essencial para centrar a atenção, para automotivação e o controle, e para a criatividade. O autocontrole emocional, saber adiar a satisfação e conter a impulsividade, está por trás de qualquer tipo de realização. E a capacidade de entrar em estado de “fluxo” possibilita excepcionais desempenhos. As pessoas que têm essa capacidade tendem a ser mais produtivas e eficazes em qualquer atividade que exerçam.
4. Reconhecer emoções nos outros
A empatia outra capacidade que se desenvolve na autoconsciência emocional, é a “aptidão pessoal” fundamental. As pessoas empáticas estão mais sintonizadas com os sutis sinais do mundo externo que indicam o que os outros precisam ou o que querem. Isso as torna bons profissionais no campo assistencial, no ensino, vendas e administração.
5. Lidar com relacionamentos
A arte de se relacionar é em grande parte, a aptidão de lidar com as emoções dos outros. São as aptidões que determinam a popularidade, a liderança e a eficiência interpessoal. As pessoas excelentes nessas aptidões se dão bem em qualquer coisa que dependa de interagir tranqüilamente com os outros; são estrelas sociais.
As pessoas diferem em suas aptidões em cada um desses campos, alguns de nós podemos ter habilidades para lidar com nossa ansiedade, mas relativamente ineptos para confortar os aborrecimentos de outra pessoa.
Paz e luz para você.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLEMAN, Daniel, ph.D. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
PIKUNAS, J. Desenvolvimento Humano. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.
O’CONNOR, Joseph. Manual da programação Neolinguística – PNL: um guia prático para alcançar os resultados que você quer. Rio de Janeiro:Qualitymark, 2003.