1. Introdução da Constelação sistêmica familiar
A constelação sistêmica familiar é uma abordagem terapêutica que visa identificar os problemas de ordem pessoal e resolução dos conflitos, buscando restaurar o equilíbrio do sistema familiar em que vive o indivíduo.
Apesar de ter sido cunhado por Alfred Adler, o termo “Constelações Familiares”, foi utilizado de maneira única e original por Bert Hellinger e assim descreveu a sua abordagem terapêutica nos anos 1990.
No início da década de 1980, Hellinger começou a integrar ideias do processo de reconstrução familiar em terapias de grupo e de família. Nessa época, passou a usar membros dos grupos para simular um sistema familiar .
Hellinger, tinha uma visão holística, por isso não via vantagem em separar a mente do corpo e a família da cultura, razão da emoção.
2. Quem foi Bert Hellinger?
Anton Yohan Hellinger, popularmente conhecido como Bert Hellinger nasceu em 16 de Dezembro de 1925 como segundo filho de Albert e Anna Hellinger.
Aos 10 anos foi enviado para o internato dos missionários de Marianhiller e por volta dos 17 anos foi recrutado como soldado no exército. Após a segunda guerra mundial, em 1947 iniciou seus estudos em teologia, foi ordenado como padre e enviado para a África do Sul onde viveu por 18 anos.
Graduou-se como professor, aprendeu a língua do povo Zulu, foi missionário e, teve contato com as dinâmicas de grupos realizadas por sacerdotes da igreja anglicana, o que mudou a sua vida.
Ao retornar para a Alemanha, Hellinger, ofereceu cursos e se tornou formador de um grupo de trabalho para dinâmicas e psicologia de grupos na Alemanha. Mais tarde começou a sua formação em psicanálise em Viena.
Em 1971 saiu do sacerdócio, se casou com sua primeira esposa, Ertha e começou a trabalhar individualmente como psicoterapeuta.
Na década de 70, estudou Terapia Primal, Gestalt, Hipnoterapia, segundo Erickson, PNL, análise bioenergética e participou em seminários de terapia transacional e análise de script.
Conheceu as Constelações inicialmente com Thea Schonfelder e a partir de então, pesquisou, se aprofundou e desenvolveu às constelações tal qual a conhecemos atualmente.
Hellinger, se casou em 2003 com Sophie, sua segunda esposa, que tinha formado a “Hellinher Schule”, dois anos antes de se casar. O programa de formação em constelação da Hellinger Schule foi implementado e reconhecido por universidades renomadas e isso nos permitiu conhecer as constelações diretamente da fonte.
Hellinger e Sophie receberam diversos prêmios e reconhecimentos por suas contribuições à humanidade, incluindo o prêmio Nobel alternativo para medicina integrativa.
Há um corpo de conhecimento publicado em 110 livros, traduzidos para 40 idiomas.
Bert Hellinger, faleceu em 19 de Setembro de 2019 em sua casa, no sul da Alemanha. Deixou um legado muito importante e suas contribuições continuam ajudando muitas pessoas no mundo todo.
3. Para que serve a Constelação sistêmica familiar?
A Constelação Familiar oferece um ambiente seguro para explorar e curar traumas e bloqueios emocionais. Ao visualizar as dinâmicas familiares representadas durante a constelação, o constelado pode obter insights profundos sobre as origens desses traumas e encontrar caminhos para a cura. Esse processo de cura é muitas vezes acompanhado por uma sensação de alívio e liberação emocional.
4. Depoimento da minha primeira constelação sistêmica familiar.
Quando fiz a minha primeira sessão de Constelação em 2007, fiquei surpresa ao observar o comportamento dos representantes no campo mórfico. A minha constelação foi realizada no auditório da UNB – Universidade de Brasília em um workshop com o professor e psicólogo Regis Teixeira Coelho.
Naquela época não tinha os conhecimentos que possuo hoje, estava iniciando minha jornada como psicanalista e confesso que aquela constelação não aconteceu por acaso. Eu tinha que estar naquele workshop. Quando o prof. Regis perguntou quem gostaria de constelar, não pensei duas vezes e levantei a minha mão. Fui com o coração acelerado. Ele pediu para escolher os representantes e o meu tema era sobre “A minha filha adolescente e caçula me deixa muito preocupada e irritada”.
No decorrer dos acontecimentos, observava o comportamento das pessoas que eram idênticos aos dos meus familiares, principalmente o meu filho, o meu ex-marido, minha filha caçula e a minha representante. Eu coloquei meu ex-marido bem distante dos meus filhos e de mim, quando ele se aproximava me sentia incomodada e principalmente o meu filho mais velho. O representante do meu filho, falou coisas muito profundas derivadas de seu inconsciente muito sofrido. Ele disse que odiava o pai e que não permitiria ele se aproximasse de mim. Eu fui aceitando o pai se aproximar de nós, não me senti incomodada, entendi que o lugar dele era perto dos filhos e que o fato de estarmos separados, não quer dizer que teria que separar os filhos dele também. Ele é pai e precisa dos filhos e vice versa. A representante da minha filha abraçou o pai e queria ficar perto dele, se sentia muito confortável ao lado dele. Isso é verdade, ela sempre foi muito carente do amor do pai. Porém o meu filho mais velho, sendo representado por um rapaz com uma idade aproximada, não aceitou a aproximação do pai e a constelação terminou assim. Não foi possível reconciliar o filho com o pai, mesmo o representante do pai tentar várias vezes se aproximar e falar as frases de reconciliação.
O constelador me disse que eu deveria me preocupar com o filho mais velho e não com a filha mais nova, porque ela estava em uma fase de adolescência que requer a presença do pai e um bom diálogo. Ela sente a falta do pai. Mas o filho mais velho é introvertido e muito fechado. Ele era o problema e que merecia atenção e cuidados naquele momento. Ele sempre viu o pai como uma ameaça. Eu entendo o comportamento deste filho, pois ele presenciou diversas violências domésticas quando era casada com o seu pai e foi doloroso para nós e principalmente para ele. Após essa constelação a minha vida mudou para melhor, portas se abriram em todos os sentidos e houve aproximação do pai com os nossos filhos. No decorrer dos dias, o meu filho melhorou o seu relacionamento com o pai, impondo alguns limites, mas hoje eles se dão muito bem.
A constelação ela vai além do que podemos imaginar, envolve uma energia que não é tangível, mas que é percebida e sentida. São conjuntos de emoções afloradas e o fato de encontrarmos a causa dos problemas é fantástico. Poder encontrar a causa e trabalhar nesta causa buscando a resolução dos conflitos internos e familiares é uma dádiva.
Hoje sou consteladora sistêmica familiar e organizacional, observo que as pessoas saem do campo mórfico transformadas, aliviadas, com uma outra consciência antes de constelar. Seja uma constelação individual ou em grupos, presencial ou online ou com bonecos, os resultados são sempre gratificantes. Poder ajudar o nosso próximo com uma psicoterapia breve é liberar muita ocitocina, dopamina e endorfina para o nosso corpo e a serenidade para a nossa mente. Claro que nem todas as pessoas saem de uma constelação serenas, algumas ficam muito mexidas e levarão algum tempo para ocorrer este estado de serenidade. Cada caso é um caso, nenhuma constelação é igual a outra, porque cada sistema familiar é único.
Gratidão ao Bert Hellinger por nos ter nos passado esse profundo conhecimento, ao prof. Regis que me mostrou um novo caminho a trilhar, as pessoas que puderam representar na constelação e a todos os consteladores do mundo que buscam ajudar as pessoas com esse propósito. (Fabiana Barbosa)
5. Quais são os benefícios da Constelação familiar?
– Resolução de conflitos familiares;
– Melhoria nos relacionamentos interpessoais;
– Buscar o autoconhecimento, elevar a autoestima e autoconfiança;
– Transformação e motivação pessoal, profissional e espiritual;
– Promover mais saúde física, mental e espiritual;
– Equilibrar a vida financeira e ter prosperidade;
– Aprender acessar os seus recursos internos e externos;
– Promover equilíbrio emocional com a liberação dos padrões de comportamento repetitivos;
– Gratidão e paz interior;
– E muito mais…
Entre em contato, eu posso te ajudar. Os atendimentos podem ser presenciais ou online, individualmente ou em grupos.
BIBLIOGRÁFIA
HELLINGER, Bert. Autobiografia. Meu trabalho, minha vida. São Paulo: Ed. Cultrix, 2020.
HELLINGER, Bert; HÖVEL, Gabriele. Um lugar para os excluídos. Conversas sobre os caminhos de uma vida. Patos de Minas: Ed. Atman, 2006.
HELLINGER, Bert; HÖVEL, Gabriele. Um lugar para os excluídos. Conversas sobre os caminhos de uma vida. Patos de Minas: Ed. Atman, 2006.
HELLINGER, Sophie. A Própria Felicidade. v. 1, Brasília: Tagore Editora, 2019.